R. Andias1,2, AG Silva1,3
1Universidade de Aveiro, Escola Superior de Saúde (ESSUA), Aveiro, Portugal, 2Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), Porto, Portugal, 3Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS.UA), Aveiro, Portugal
Fundo: Uma porcentagem significativa de adolescentes com dor musculoesquelética crônica mantém suas queixas em acompanhamento de longo prazo, com grande impacto em suas atividades diárias. Depressão, ansiedade e distúrbios do sono foram identificados em alguns estudos longitudinais como associados à persistência de dor musculoesquelética crônica em adolescentes e seu impacto parece variar dependendo da área dolorosa. No entanto, são escassos os estudos que fazem uma comparação direta entre diferentes áreas dolorosas.
Objetivo: Este estudo tem como objetivo explorar a associação entre características sociodemográficas, atividade física, fatores psicossociais, sono e sensibilização central no início do estudo e a persistência de dor crônica no pescoço, costas e membros em 6 meses de acompanhamento.
Métodos: Um total de 1605 adolescentes completou o mesmo questionário on-line tanto no início quanto no acompanhamento de 6 meses, que incluiu:
i) dados sociodemográficos,
ii) Questionário Musculoesquelético Nórdico,
iii) Questionário Internacional de Atividade Física,
iv) Inventário de Incapacidade Funcional,
v) Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse,
vi) Escala Básica de Queixas de Insônia e Qualidade do Sono,
vii) Escala de catastrofização da dor,
viii) Escala Tampa de Cinesiofobia,
ix) Escala de Autoeficácia Infantil e
x) Inventário Central de Sensibilização.
No acompanhamento, cada adolescente foi categorizado em um dos dois grupos:
i) “persistente” se relatar dor no mesmo local relatado na linha de base ou
ii) “recuperado” se não relatar mais dor na área onde a dor foi sentida na linha de base ou relatar uma diminuição na intensidade da dor em pelo menos 50%.
Foram realizadas análises de regressão univariada e multivariada com persistente/recuperado como variável dependente.
i) dados sociodemográficos,
ii) Questionário Musculoesquelético Nórdico,
iii) Questionário Internacional de Atividade Física,
iv) Inventário de Incapacidade Funcional,
v) Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse,
vi) Escala Básica de Queixas de Insônia e Qualidade do Sono,
vii) Escala de catastrofização da dor,
viii) Escala Tampa de Cinesiofobia,
ix) Escala de Autoeficácia Infantil e
x) Inventário Central de Sensibilização.
No acompanhamento, cada adolescente foi categorizado em um dos dois grupos:
i) “persistente” se relatar dor no mesmo local relatado na linha de base ou
ii) “recuperado” se não relatar mais dor na área onde a dor foi sentida na linha de base ou relatar uma diminuição na intensidade da dor em pelo menos 50%.
Foram realizadas análises de regressão univariada e multivariada com persistente/recuperado como variável dependente.
Resultados: Dos 1605 adolescentes, 669 (41.7%) relataram dor cervical crônica, 305 (19.0%) dor nas costas e 277 (17.3%) dor nos membros. Daqueles com dor no pescoço, 178 (23.6%) foram classificados como recuperados e 334 (44.4%) como persistentes. Daqueles com dores nas costas e nos membros, 49 (12.8%) e 60 (20.1%) foram classificados como recuperados e 122 (40.9%) e 98 (32.9%) como persistentes, respectivamente. Ser do sexo feminino (OR=1.53; IC95%=1.00-2.33; p<0.05) e ter um maior número de locais doloridos no corpo (OR=1.12; IC95%=1.00-1.25; p<0.05) no início do estudo foram preditores de pescoço persistente dor aos 6 meses de seguimento. Sintomas de sensibilização central (OR=1.03; IC95%=1.00-1.06; p<0.05) foram preditores de dor nas costas persistente e sono ruim (OR=1.15; IC95%=1.03-1.28; p<0.05) e maior número de locais do corpo dolorosos (OR=1.87; IC95%=1.11-3.14; p<0.05) foram preditores de dor persistente nos membros.
Conclusão(ões): Um maior número de locais dolorosos no início do estudo parece ser um fator relevante para predizer a persistência da dor no seguimento, destacando a necessidade de avaliar e tratar o adolescente com dor como um todo.
Implicações: O fato de os fatores preditivos variarem entre os 3 grupos também sugere que a avaliação e a intervenção em adolescentes com dor musculoesquelética crônica devem ser adaptadas e direcionadas para aqueles com vários locais do corpo, sintomas de sensibilização central e sono ruim como uma tentativa de minimizar a dor persistência.
Financiamento, agradecimentos: Este trabalho faz parte de uma bolsa de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (SFRH/BD/119528/2016), Portugal.
Palavras-chave: Dor musculoesquelética crônica, Adolescentes, Estudo prospectivo
Tópico: Dor e controle da dor
Este trabalho requer aprovação ética? Sim
Instituição: Universidade de Aveiro
Comissão: Conselho de Ética e Deontologia da Universidade de Aveiro
Número de ética: 19/2018
Todos os autores, afiliações e resumos foram publicados conforme enviados.