R. Andias1,2, AG Silva1,3
1Universidade de Aveiro, Escola Superior de Saúde (ESSUA), Aveiro, Portugal, 2Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), Porto, Portugal, 3Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS.UA), Aveiro, Portugal
Fundo: A dor musculoesquelética crônica é uma queixa comum entre os adolescentes e sua prevalência vem aumentando nos últimos anos. Vários fatores diferentes têm sido associados à dor musculoesquelética crônica e à incapacidade associada em adolescentes, incluindo fatores psicossociais, sono e atividade física. Tanto os fatores psicossociais quanto os distúrbios do sono também foram associados à sensibilização central. No entanto, poucos estudos exploraram a associação entre fatores psicossociais, sono, sensibilização central e dor e incapacidade ou compararam diferentes condições dolorosas.
Objetivo: O estudo tem como objetivo explorar e comparar a associação entre dor crônica no pescoço, nas costas e nos membros e incapacidade associada e fatores psicossociais, sono e sensibilização central.
Métodos: 1730 adolescentes que frequentavam o 10º, 11º e 12º anos de quatro escolas secundárias em Portugal, foram convidados a preencher um questionário online incluindo dados sociodemográficos e o
i) Questionário Musculoesquelético Nórdico,
ii) Questionário Internacional de Atividade Física,
iii) Inventário de Incapacidade Funcional,
iv) Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse,
v) Escala Básica de Queixas de Insônia e Qualidade do Sono,
vi) Escala de catastrofização da dor,
vii) Escala Tampa de Cinesiofobia,
viii) Escala de Autoeficácia Infantil e
ix) Inventário Central de Sensibilização.
Com base na localização da dor, os adolescentes com dor crônica foram agrupados em um dos três grupos:
i) dor no pescoço,
ii) dor nas costas (torácica e lombar), e
iii) dor nos membros inferiores.
Foi realizada análise de regressão univariada e multivariada independente com dor e incapacidade como variáveis dependentes.
i) Questionário Musculoesquelético Nórdico,
ii) Questionário Internacional de Atividade Física,
iii) Inventário de Incapacidade Funcional,
iv) Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse,
v) Escala Básica de Queixas de Insônia e Qualidade do Sono,
vi) Escala de catastrofização da dor,
vii) Escala Tampa de Cinesiofobia,
viii) Escala de Autoeficácia Infantil e
ix) Inventário Central de Sensibilização.
Com base na localização da dor, os adolescentes com dor crônica foram agrupados em um dos três grupos:
i) dor no pescoço,
ii) dor nas costas (torácica e lombar), e
iii) dor nos membros inferiores.
Foi realizada análise de regressão univariada e multivariada independente com dor e incapacidade como variáveis dependentes.
Resultados: Um total de 1435 adolescentes foram subdivididos em grupo com cervicalgia (n=753), grupo com dor nas costas (n=384) e grupo com dor nos membros (n=298). A análise de regressão multivariada sugeriu que o sexo feminino (OR=1.72-3.88; IC95%=1.20-5.38; p<0.05) aumentou significativamente a chance de relatar dor em qualquer um dos três grupos. Distúrbios do sono (OR=1.58; IC95%=1.10-2.27 e OR=2.07; IC95%=1.42-3.02; p<0.05) e sintomas de sensibilização central (OR=5.25; IC95%=2.56-10.76 e OR=3.49; CI95%=1.64-7.45; p<0.05) foram associados com maior probabilidade de relatar dor no pescoço e nas costas e medo de movimento (OR=1.99; CI95%=1.37-2.88; p<0.05) foi associado com maior probabilidade de relatar de volta e dor nos membros. Em relação à incapacidade, a catastrofização, o número de locais dolorosos do corpo e o sono foram associados ao aumento da incapacidade associada à dor para todos os grupos. Ansiedade, depressão e estresse foram associados ao aumento da incapacidade no grupo com dor no pescoço e nas costas, sensibilização central e autoeficácia foram associados ao aumento da incapacidade no grupo com dor no pescoço e IMC e medo de movimento foram associados ao aumento da incapacidade no grupo grupo com dor nos membros. O R² ajustado foi de 0.42 para o grupo com cervicalgia, 0.34 para o grupo com dor nas costas e 0.24 para o grupo com dor nos membros.
Conclusão(ões): Os achados sugerem que existem determinantes comuns, mas também diferentes, associados à presença de dor crônica no pescoço, costas e membros e incapacidade.
Implicações: A avaliação e intervenção da dor em adolescentes com dor musculoesquelética crônica podem ter uma estrutura comum, porém, também necessitam de um componente específico que aborde as determinações específicas de cada grupo. Intervenções em meio escolar são um meio de atingir um grande número de adolescentes com dor crônica.
Financiamento, agradecimentos: Agradecimentos de financiamento: Este trabalho integra uma bolsa de doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (SFRH/BD/119528/2016), Portugal.
Palavras-chave: Dor musculoesquelética crônica, Preditores, Adolescentes
Tópico: Dor e controle da dor
Este trabalho requer aprovação ética? Sim
Instituição: Universidade de Aveiro
Comissão: Conselho de Ética e Deontologia da Universidade de Aveiro
Número de ética: 19/2018
Todos os autores, afiliações e resumos foram publicados conforme enviados.