R. Andias1, A.Silva2
1Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal, 2Universidade de Aveiro, Escola Superior de Saúde, Aveiro, Portugal
Fundo: A dor musculoesquelética crônica é uma das queixas mais comuns que afeta até 40% das crianças e adolescentes e está associada a limitações nas atividades da vida diária, incluindo aquelas relacionadas à escola e à família. Alguns estudos em adolescentes sugeriram que fatores antropométricos e psicossociais, como depressão, problemas emocionais e sofrimento mental, podem aumentar o risco de desenvolver dores musculoesqueléticas a longo prazo. No entanto, são escassos estudos que comparem simultaneamente estes factores ou incluam outros factores plausivelmente relevantes, como perturbações do sono, medo de movimento ou sensibilização central.
Objetivo: Este estudo tem como objetivo explorar se:
i) características sociodemográficas,
ii) atividade física,
iii) fatores psicossociais,
iv) dormir, e
v) a sensibilização central em adolescentes assintomáticos no início do estudo está associada ao relato de dor musculoesquelética crônica aos 6 meses de acompanhamento.
i) características sociodemográficas,
ii) atividade física,
iii) fatores psicossociais,
iv) dormir, e
v) a sensibilização central em adolescentes assintomáticos no início do estudo está associada ao relato de dor musculoesquelética crônica aos 6 meses de acompanhamento.
Métodos: 252 adolescentes sem qualquer queixa de dor nos últimos 3 meses e que frequentavam o 10.º, 11.º e 12.º anos de 4 escolas secundárias portuguesas preencheram um questionário online na linha de base, incluindo dados sociodemográficos, o Nordic Musculoskeletal Questionnaire, International Questionnaire of Physical Activity, Functional Inventário de Incapacidade, Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse, Escala Básica de Queixas de Insônia e Qualidade do Sono, Escala de Catastrofização da Dor, Escala Tampa de Cinesiofobia, Escala de Autoeficácia Infantil e Inventário de Sensibilização Central. Os mesmos adolescentes repetiram o questionário 6 meses depois. Aos 6 meses de acompanhamento, os adolescentes foram divididos entre aqueles que permaneceram sem dor (grupo sem dor) e aqueles que não sentiam dor no início do estudo, mas relataram dor nos últimos 3 meses (grupo com dor crônica). Foram realizadas análises de regressão univariada e multivariada, tendo como variável dependente dor/ausência de dor.
Resultados: Dos 252 adolescentes no início do estudo, 88 relataram dor aos 6 meses de acompanhamento. No modelo multivariável, ser do sexo feminino (OR=2.34; IC95%=1.28-4.27; p<0.05) e relatar sintomas de sensibilização central (OR=1.04; IC95%=1.01-1.07; p<0.05) no início do estudo foram preditores de relatando dor musculoesquelética crônica em acompanhamento de 6 meses. Nenhuma outra associação significativa foi encontrada.
Conclusão(ões): Estes resultados sugerem que deve ser dada especial atenção à avaliação dos sintomas de sensibilização central em adolescentes assintomáticos, uma vez que parecem estar associados ao relato de dor aos 6 meses de seguimento.
Implicações: Os resultados sugerem que os sintomas de sensibilização central podem ajudar a identificar adolescentes em risco de desenvolver dor musculoesquelética. Estudos futuros devem explorar ainda mais a associação encontrada e o valor de direcionar os sintomas de sensibilização central como forma de prevenir a dor musculoesquelética crônica. As intervenções baseadas na escola atingem um maior número de adolescentes e podem melhorar a prevenção a longo prazo da dor músculo-esquelética.
Financiamento, agradecimentos: Este trabalho faz parte de uma bolsa de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (SFRH/BD/119528/2016), Portugal.
Palavras-chave: Dor no pescoço, Adolescentes
Tópico: Músculo-esquelético: coluna vertebral
Este trabalho requer aprovação ética? Sim
Instituição: Universidade de Aveiro
Comissão: Conselho de Ética da Universidade de Aveiro
Número de ética: 19/2018
Todos os autores, afiliações e resumos foram publicados conforme enviados.